Entre o papel do médico anestesiologista está identificar doenças pré-existentes, assim como alergias e demais contraindicações com o propósito de garantir um procedimento confortável e seguro ao paciente
A consulta com o anestesiologista é um dos primeiros passos antes de realizar qualquer cirurgia. O uso da anestesia é importante para garantir um estado de ausência de dor durante uma operação, exame ou curativo.
Existem vários tipos de anestesia que podem ser aplicadas. Cada uma delas depende do procedimento e também da necessidade do paciente. Assim, antes de qualquer cirurgia ser realizada é normal que o paciente seja encaminhado a uma consulta com um médico anestesiologista. Na consulta, ocorre uma série de questionamentos importantes para garantir que a anestesia seja eficaz e segura. Bem como é oferecido um espaço para tirar dúvidas e desvendar mitos.
Esse profissional não atua somente na aplicação de uma anestesia, mas acompanha diretamente o paciente em todo processo cirúrgico. A Santa Casa de Curitiba conversou com o anestesiologista, Dr. Maurício Centenaro (CRM-PR 33594), que explicou um pouco mais sobre os tipos de anestesia e o papel desse profissional no atendimento ao paciente. Vamos entender mais!
Antes de tudo, quais são os tipos de anestesia?
As anestesias são dividias em quatro categorias: local, plexular, geral e espinhais.
No caso da anestesia local, elas são muito comuns em cirurgias superficiais. Ou seja, age somente na região aplicada onde será elaborado o procedimento. Desta forma, o paciente mantém todo o nível de consciência e o efeito dura entre 1 a 2 horas.
A plexular possui um efeito direto nos nervos, geralmente utilizada em cirurgias nos membros do corpo, como pernas e braços. Enquanto as espinhais são dividias em dois subtipos: raquidiana e peridural. É realizada a injeção de soluções anestésicas bloqueando a dor em alguns segmentos do corpo. Essas podem ser usadas em procedimentos ortopédicos e até mesmo partos, seja cesariana ou normal.
Por fim, a anestesia geral é conforme o próprio nome diz. O paciente se mantém em estado de inconsciência, relaxamento muscular e analgesia. É como se o cérebro fosse “desligado”. Ela pode ser aplicada venosamente ou inalatória dependendo do caso. O paciente recebe essa anestesia em cirurgias e procedimentos complexos, onde não é possível anestesiar apenas uma região do corpo.
A consulta com um anestesiologista
O Dr. Mauricio Centenaro explica que antes de qualquer procedimento, a consulta com o anestesiologista identifica doenças pré-existentes. Além de perceber quais são os tratamentos que o paciente possa precisar antes de realizar a cirurgia.
“Prevemos alguns fatores de risco relacionados ao paciente ou ao procedimento”, explica. “Todo essa atenção é reforçada no cuidado que o paciente precisará ter no pós-operatório, assim como também saber como adequar o ambiente cirúrgico para o procedimento proposto”, conta o Dr. Centenaro.
A consulta com um médico anestesiologista é essencial para identificar se o paciente pode apresentar alguma contraindicação para o uso da anestesia. Também é possível compreender como o corpo dessa pessoa se comportará durante o procedimento. “Não existe contraindicação absoluta a anestesia geral, mas verificamos se o paciente toma alguma medicação para orientarmos qual a melhor forma de prosseguir ao procedimento seguramente”, afirma o especialista.
Em outros casos é capaz que o paciente apresente alergias medicamentosas. Desta forma, durante a consulta o médico também irá analisar cada caso individualmente para evitar que seja usada alguma anestesia que apresente semelhança química com o medicamento. O anestesiologista acompanha o paciente em todo período perioperatório, que compreende desde o ato da cirurgia até a alta hospitalar.
Posso escolher a anestesia que usarei?
Nos consultórios é muito comum que os pacientes tenham essa dúvida. O Dr. Maurício explica que podem existir casos onde a pessoa possa apresentar preferências ou restrições. “Isso deve ser discutido na consulta pré-anestésica. Nela também esclarecemos os benefícios da técnica e as melhores formas de aplicação”, explica.
Em todo processo a segurança do paciente durante o procedimento é a prioridade. Caso o paciente apresente uma preferência por alguma técnica de anestesia que não ofereça risco e seja discutida abertamente com o médico, ela pode ser empregada.
Os cuidados antes da anestesia
Conforme falamos, o anestesiologista possui um papel importante no procedimento. Ele é um dos primeiros a entrar e um dos últimos a sair. No entanto, o paciente também precisa seguir alguns cuidados orientados pelo médico.
Entre os conselhos, o Dr. Centenaro evidencia uma noite bem dormida, respeitar o jejum conforme o passado pelo anestesiologista. “Os pacientes podem consumir água até duas horas antes da anestesia, mas é importante que eles sigam nossas orientações para melhor eficácia”, diz.
Durante e Após a cirurgia
Na sala de cirurgia ou durante algum procedimento, o médico anestesiologista apresenta diversas funções. Entre elas está monitorar as funções vitais do paciente, transporte de pacientes críticos, avaliação de internados e até mesmo a prescrição de esquemas analgésicos em pacientes operados ou em cuidados paliativos.
Por isso, o anestesiologista possui uma grande importância na sala de recuperação, espaço onde o paciente fica após uma cirurgia. “O profissional anestesiologista é responsável pela Recuperação Pós-Anestésica Imediata, onde o paciente permanece até que tenha alta para o quarto ou para casa, no caso de procedimento ambulatoriais”, explica o médico.
Dores, tremores, náusea e vômito no pós-operatório são tratados na sala. É muito importante que o paciente fique nessa sala sob observação para ser também monitorizado possíveis complicações ao procedimento e tratado o melhor possível.
Um procedimento seguro
A anestesia é um procedimento seguro. Ela pode ser usada não somente em cirurgias, mas também em qualquer exame ou procedimento que apresente desconforto. Por isso, é extremamente importante que o paciente converse com o médico para conhecer tudo sobre o assunto e conduzir a cirurgia mais tranquila.
“Meu conselho para quem tem medo de tomar anestesia é conversar com o médico durante a consulta pré-anestésica”, diz. “Lá os mitos e as verdades sobre as técnicas, reações adversas e complicações podem ser resolvidas com facilidade”, finaliza.
Em 2021, a Santa Casa de Curitiba realizou mais de 11 mil cirurgias, onde a presença do anestesiologista foi essencial para o sucesso do procedimento.
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