Paciente da Santa Casa passa por dois transplantes e destaca a importância da doação de órgãos

O primeiro transplante ocorreu em 2012 e o segundo no mês passado.

No mês passado, enquanto ainda estava no quarto do Hospital Santa Casa de Curitiba, Rubens de Sousa Bello Junior, de 53 anos, nem parecia que havia recebido um transplante de rim há poucos dias. Ainda em recuperação, ele começa a contar a história de como passou por dois transplantes de órgãos – em anos diferentes – e atualmente reforça o time de apoiadores da doação de órgãos, prática que salva milhares de vidas.

A história de Rubens começa antes mesmo de receber um diagnóstico e entrar na fila do transplante. Após sofrer um infarto, procurou um serviço médico e descobriu que já havia sofrido um primeiro infarto sem ter percebido, foi então que realizou exames e iniciou um tratamento medicamentoso. Os remédios não surtiram o efeito esperado e Rubens chegou a enfartar mais duas vezes. Sua esposa pesquisou por novos tratamentos e descobriu que pesquisas com células-tronco estavam sendo realizadas na Santa Casa. No entanto, Rubens não se encaixou nos estudos porque possuía duas cardiopatias conjuntas na época. Foi então que escutou pela primeira vez a palavra transplante como uma opção. Foram nove meses de espera até a realização do transplante. Com um novo coração, aos 47 anos, Rubens passou a ter mais qualidade de vida.

SEGUNDO TRANSPLANTE

Mesmo com um novo coração funcionando perfeitamente, todos os infartos, as internações e complicações que surgiram ao longo do tratamento das cardiopatias, prejudicaram o sistema renal de Rubens, que mais uma vez precisou buscar ajuda médica. Dessa vez, precisou fazer hemodiálise durante dois anos, mas já sabia que mais à frente iria precisar de um transplante de rim. A cirurgia do segundo transplante aconteceu no último dia 15 de junho, também na Santa Casa, onde ele realizava o tratamento para filtrar o sangue. O médico nefrologista responsável pelo Serviço de Transplantes de Rim da Santa Casa, Dr. Rafael de Souza Piné, conta que a cirurgia ocorreu de forma satisfatória e o processo de recuperação tem sido dentro do esperado.

VALORIZAÇÃO À VIDA

Depois de uma longa trajetória e dois transplantes realizados, Rubens e sua esposa, Gisele Souza Lobo de Sousa Bello, destacam algo muito importante: todos os acontecimentos familiares, que Rubens teria perdido caso não tivesse conseguido receber um novo coração, passaram a se tornar conquistas. “Nós ganhamos a formatura das nossas duas [filhas], o casamento das duas, o nascimento de dois netos e a formação do nosso filho mais novo. Isso são coisas que eu não teria visto”, conta Rubens.

O paciente também destaca que há necessidade de conscientização da doação de órgãos, mas também da receptividade da prática por quem ainda não recebeu. “Ainda falta muita informação. Sempre que eu tenho possibilidade, eu falo sobre o assunto para esclarecer dúvidas e mostrar o quanto isso é benéfico e salva vidas. Uma vida salva várias. O benefício é muito grande para você ficar pensando se vale a pena, porque sempre vale a pena. Quem está do lado de cá, está vendo a linha acabar”, destaca. “É fundamental você conversar, você discutir, você explicar e mostrar. E, depois de estar transplantado, você se mostrar. Para sensibilizar a população, que vai ver como você estava e como ficou”, completa.

SANTA CASA

A Santa Casa é referência em transplantes cardíacos no Paraná e, recentemente, também tem se tornado referência em transplantes renais no estado. No ano passado, triplicou o número de procedimentos renais. Além de transplantes cardíacos e renais, a Santa Casa também realiza transplantes de tecidos, como as córneas e enxertos ósseos. Vale destacar que para a realização do transplante, quando o paciente já é falecido, apenas a família pode autorizar a doação, por isso é tão importante conversar com os familiares sobre a intenção.

Confira o programa Paraná no Ar, transmitido nesta segunda-feira (15): https://ricmais.com.br/ricplay/parana-no-ar/.

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Sobre o autor

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