A pesquisa evidenciou que a membrana amniótica exerce uma função regenerativa e pode ser usada para recuperação do coração após ocorrência de casos pós-infarto agudo do miocárdio
Em outubro, o Dr. Gustavo Blume (CRM 23562), cardiologista da Santa Casa de Curitiba, defendeu o doutorado sobre o uso da membrana amniótica acelular no pós-infarto. A defesa aconteceu de forma virtual com orientação do Dr. Luís Guarita (CRM 15356), membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. E outros nomes de relevância na cardiologia. O Dr. Blume atua como chefe de serviço do setor de Ecocardiografia da Santa Casa.
O infarto agudo do miocárdio é a maior causa de mortes no Brasil. Com a pandemia da Covid-19, algumas pesquisas apontam que esse número aumentou em até 132% O Dr. Blume explica que após o infarto, o coração do paciente pode evoluir para alguma alteração estrutural. Posteriormente, evoluindo para um quadro de insuficiência cardíaca. Desta forma, a pesquisa de doutorado foi conduzida com ratos que tiveram infarto. Após, foram utilizadas amostras de membrana amniótica acelular para a recuperação cardíaca. O resultado foi positivo!
O que é a membrana amniótica?
A membrana amniótica é aquela que envolve o bebê na bolsa, ainda no útero. Essa membrana, assim como a célula-tronco, tem sido usada em pesquisas que evidenciam o seu potencial regenerativo. Na ciência da saúde, elas já foram utilizadas em áreas como a oftalmologia, ginecologia e também para tratamento de outras cicatrizes. A pesquisa do Dr. Blume mostra o uso dessa membrana na cardiologia como tratamento alternativo.
O resultado prova que com a implementação dessa membrana nos ratos foi possível observar que o coração teve um ganho de função e desenvolveu novas células cardíacas. Assim, criando uma potencial redução do processo inflamatório e trazendo melhorias contínuas para o tratamento pós-infarto.
“Os próximos passos agora são realizar cada vez mais e mais pesquisas, para que no futuro se tenha a utilização dessa membrana”, explica o Dr. Blume. “Esse projeto foi um estudo experimental que gerou uma hipótese. Assim, precisamos continuar pesquisando e melhor avaliar para criar mais oportunidades clínicas no tratamento”, finaliza.
Segundo o especialista, a pesquisa é relevante na atualidade, porque o infarto agudo do miocárdio é uma das três maiores causas de mortes no Brasil. E com o envelhecimento da população, mais pessoas tendem a enfartar e correr riscos de desenvolver problemas de saúde. Por isso, o doutorado pode ser um passo para impactar a vida de diversos pacientes e evoluir cada vez mais o campo científico da medicina.
Você pode ler o artigo publicado na revista internacional Life, em inglês, pelo link.