Anos atrás ouvimos uma argumentação do Dr Fernando Pichet, que para se trabalhar na Santa Casa, médicos, funcionários, enfermeiros, nutricionista, fisioterapeutas, enfim toda gama de pessoas que movimentam um hospital particularmente neste teriam que ter “Espírito de Santa Casa”.
Os anos se passaram e hoje temos toda convicção que o Espírito de Santa Casa” é fundamental para este hospital. De onde vem este espírito, a quem está ligado? Ele vem de pessoas que construíram esta instituição e principalmente acolhendo os mais necessitados, colocando o seu trabalho como uma doação acima e antes de qualquer outro fator no atendimento à população. Ele vem do exemplo de pessoas como Dr Mario de Abreu, Dr Felix do Rego Almeida, Dr Atila Rocha, Dr Iseu Afonso da Costa, Dr Ayrto Russo deixaram em suas carreiras médicas exemplos humanos de atendimento.
Há algumas semanas dias perdemos uma pessoa que foi criada neste espírito e o aplicou como ninguém, nos seus ensinamentos, crenças e trabalho profissional. Dr João Manoel Martins . Apesar de afastado nos últimos meses ele deu a uma geração, que tivermos oportunidade de participar, o que há de mais honesto na profissão médica – a retribuição do ensinamento médico à pessoa doente sem ônus, como uma dádiva à algo que recebemos e é nossa missão. O Dr João Manuel será lembrado não pela titulação universitária que era incompleta, mas pelo conhecimento clínico e humanístico que eram extraordinários. Será lembrado pela conversa elegante, suave, e sempre prazerosa. Onde o tempo insistia em passar rápido para quem ouvia. Será lembrado pelo riso que vinha escondido, encabulado mas de uma honestidade invulgar. Será lembrado pelo convívio fácil e pela capacidade de moderação. Até quando houve condições físicas o Dr João Manuel participou de decisões importantes para os problemas do nosso hospital, não como protagonista, pois não gostava de ser, mas como conselheiro de várias provedorias e várias diretorias médicas sempre trazendo este “Espírito de Santa Casa” incluso em suas decisões e argumentações.
Infelizmente as suas ponderações nos dias atuais fazem e farão muita falta. Será lembrado pela sede de saber que aflorava em qualquer conversa, e que ele incentivava em toda discussão. Basta lermos o nosso Iátrico, revista do Conselho Regional de Medicina, para termos mesmo apócrifos, textos perfeitos de sabedoria. Por fim , o Dr João Manoel será lembrado como o melhor dos pacientes pois segundo o Dr João Folador –‐Ele tinha que pensar muito em o que propor de tratamento, para não errar, e tornar o mais cômodo possível para a situação, pois este nunca dizia não e muito menos se queixava. Feliz dos que puderam compartilhar a sua presença, seus ensinamentos. À esposa, filhos e filhas os nossos pêsames e como nós, entender que a dor imediata da perda com o tempo se transformará na dor da saudade, e que esta, é mais branda se lembrarmos dos bons momentos que tivemos juntos com ele.
Direção Técnica da Santa Casa de Curitiba
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