Capacete inflável já está sendo usado na Santa Casa de Curitiba e possibilita até 3 vezes mais oxigênio, sem que seja necessário entubar o paciente.
A luta pela vida continua e precisa se adaptar. No Hospital Santa Casa de Curitiba, a maioria dos pacientes de Covid-19 necessitam de oxigenoterapia. Todavia, com o agravamento da doença, a pessoa (mesmo estando recebendo o máximo de oxigênio possível via cateter), muitas vezes segue com dificuldade de respirar. Neste momento ele passa para uma fase mais crítica e entra na fila por um leito de UTI e intubação.
É na ocasião que o uso de recursos de Ventilação Não Invasiva faz a diferença. O exemplo que mais trouxe resultados é um capacete inflável que pode ser conectado diretamente na saída do gás aumentando em até 3x a quantidade de oxigênio ofertado. O objetivo é evitar a piora clínica e manter assim o indivíduo em enfermaria, lúcido e apto a realização de terapias auxiliares (como fisioterapia).
Reduzir a necessidade de ventilação invasiva (intubação) é fundamental. Não é só questão de maior conforto ao enfermo, mas garantir vagas em UTI apenas para casos gravíssimos, fazendo uma otimização deste recurso – hoje tão escasso.
Os ganhos são incríveis, o paciente segue conseguindo falar, ingerir líquidos, realizar movimentos controlados e até conversar com familiares por meio de celulares. Mas não é só isso, esta ferramenta traz imenso impacto nos custos de internação, pois diminui o tempo global de estadia, além de consumir menos medicamentos, como sedativos e bloqueadores neuromusculares (o famoso kit intubação).
O capacete envolve a cabeça, garantindo uma melhor oferta de ar em pressão positiva e se tornando mais confortável do que outras interfaces que acabam apertando a região, gerando desconforto (como máscaras de mergulho adaptadas).
A enfermeira da Unidade de Tratamento Especializado Covid-19 da Santa Casa, Lorena Denipoti, explica que os enfermos se sentem mais confortáveis e seguros com o equipamento. “O paciente que interna tem o temor de precisar ser intubado”, explica ela. “Com o uso de outros dispositivos como o Helmet, conseguimos proporcionar maior segurança, diminuindo a ansiedade e deixando-o mais confortável”. Ela ainda ressalta que outras técnicas de tratamento e melhor adaptação ao paciente contribuem.
Um capacete custa em média R$ 650,00, e pode ser usado pelo período que o enfermo precisar. Muito mais barato que a internação em UTI, que pode de ser até 3 mil reais por dia, com permanecia média de 15 dias.
“Esta é uma medida extremamente simples e inteligente. Ela não só traz benefícios imensos ao paciente, como impacta diretamente nas finanças do hospital. Hoje o maior sobrecusto que temos é a inflação do kit intubação. Conta o gerente de relações institucionais da Santa Casa – Marco Sanfelice. “Para nós, a sustentabilidade econômica é fundamental, afinal é o hospital filantrópico que mais tem leitos de COVID para o SUS, são 170 leitos”. Portanto, o hospital espera que com maior quantidade de capacetes, haja visível redução intubações bem como uma diminuição do tempo global de permanência, liberando leitos mais rápido e permitindo que mais pacientes sejam atendidos.
Material e funcionamento
O equipamento funciona, literalmente, como um capacete inflável. Além disso, sua forma anatômica e confortável evita a sensação de claustrofobia. Ele é feito em PVC não-tóxico e possui uma membrana de vedação do pescoço em látex, que promove conforto e se adequa aos diferentes biótipos. Sua estrutura possui duas válvulas para conexões dos fluxo inspiratório/expiratório. O equipamento é usado individualmente e descartado quando o paciente sai de alta.
A enfermeira Lorena ainda explica que durante o mês de maio foram contabilizados os que utilizaram esse sistema de ventilação não-invasiva. Dos 26 que fizeram uso do capacete, 17 não precisaram ser transferidos para a UTI. “Houve uma melhora significativa no quadro desses pacientes depois de usar o equipamento, o que contribui para reduzir a necessidade de uso de leitos”, explica.
Como ajudar na compra de mais equipamentos?
Para quem está disposto a fazer uma doação inteligente e ajudar a esta equipe salvar mais vidas pode doar pelo PIX: doesantacasa@santacasacuritiba.com.br
Ou usar outros meios de doação pelo site da campanha!
“Nossa meta é conseguir a doação de pelo menos 200 capacetes e 100 válvulas, num custo total estimado em R$ 170.000,00. Acreditamos na sensibilidade de nossa população e sabemos que juntos somos maiores!”, conclui Marco Sanfelice, que convida a fazer parte entrando em contato pelo número: (41) 3320-3820 ou (41) 99177-6299
Sobre o autor
Comunicação Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba
O setor de Comunicação e Marketing da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba é responsável pela gestão dos canais oficiais das unidades administradas.
Com uma equipe multidisciplinar e especializada, periodicamente publicamos conteúdos de saúde e bem-estar para a população.