Alergia medicamentosa – causas, sintomas e prevenção!

Não são raros os casos de pessoas alérgicas a determinados tipos de medicamentos. A farmacêutica e coordenadora de farmácia do Hospital Santa Casa de Curitiba, Graziela Guidolin Kluppel Ferreira, explica como identificar uma alergia medicamentosa e preveni-la.

 Os sintomas de alergia são muito comuns, bastante aparentes e surpreendem milhares de pessoas todos os dias. Conforme dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), cerca de 12% da população sofre de alergia a algum tipo de medicamento, sendo que 40% dos casos estão relacionados a medicamentos bastante utilizados – inclusive sem prescrição médica – os analgésicos e a anti-inflamatórios. “Por isso é tão importante ficar atento aos medicamentos utilizados, principalmente no primeiro uso. É preciso observar as reações e efeitos colaterais. E quando o paciente já sabe a qual medicamento é alérgico, para a sua própria segurança, é imprescindível informar aos profissionais de saúde, seja na farmácia, e principalmente ao necessitar de atendimento em hospitais, clínicas ou unidades de saúde – lembrando que os medicamentos injetáveis apresentam ação mais rápida e maior dificuldade para reversão”, alerta a farmacêutica e coordenadora de farmácia do Hospital Santa Casa de Curitiba, Graziela Guidolin Kluppel Ferreira.

Ela explica ainda que a alergia medicamentosa pode surgir logo após tomar o medicamento, dias ou semanas depois, e isso dificulta o diagnóstico.

Causas

A reação alérgica aos medicamentos é causada devido a uma atividade exagerada do sistema imunológico contra determinado remédio, que é reconhecido como um invasor pelo organismo. “Na primeira vez que isso ocorre, um anticorpo específico é acionado, a partir da segunda exposição haverá uma manifestação clínica, isto é, com sintomas que podem ir de uma reação alérgica na pele, até consequências mais graves como a anafilaxia”, explica.

Sintomas

Entre os principais sintomas das reações alérgicas estão as manifestações na pele, como coceira, urticária, angiodema, erupção na pele, formigamento e pele avermelhada, irritação nos olhos, inchaço da boca e língua e até mesmo o fechamento da glote, – espécie de válvula por onde passa o ar antes de entrar na traqueia.

Em alguns casos, o paciente pode sentir desconforto respiratório, falta de ar, diarreia, vômito, cólicas intestinais.

Tipos

As reações adversas a medicamentos são classificadas como previsíveis e imprevisíveis. “ Por isso, ao surgimento de qualquer sintoma adverso, o paciente deve procurar o médico imediatamente, pois uma reação alérgica não tratada pode trazer ainda mais complicações”, alerta.

As reações previsíveis podem acontecer por quatro razões: toxicidade, efeito secundário ou indireto, efeito colateral e até mesmo interação das drogas. “Essa última é muito comum no caso das automedicações”, explica Graziela.

Já as reações imprevisíveis estão mais relacionadas a alergia ao medicamento, seja por intolerância medicamentosa, reação incomum ou reação de hipersensibilidade ou alergia.

Pacientes de risco

Os pacientes que estão mais expostos são aqueles que já apresentam alergia a algum tipo de medicamento, ou até mesmo outras alergias, como a asma, rinite alérgica e dermatite atópica, entre outras doenças alérgicas. “Os pacientes que são alérgicos a um tipo de medicamento ficam mais suscetíveis a apresentar alergia a outros tipos de medicamento. Estes pacientes têm o risco de apresentar reações mais graves”, ressalta.

Assim, mais uma vez é essencial que o profissional de saúde tenha o máximo de informações sobre o paciente. “O profissional de saúde pode auxiliar e evitar a administração de um medicamento que possa provocar uma reação grave ao paciente e piora no seu estado geral”, alerta Graziela.

Pacientes com intolerância a alguns tipos de alimentos também devem informar o profissional de saúde. “Isso acontece porque o medicamento também é composto pelos seus excipientes (substâncias inertes utilizadas como veículo para o medicamento), conservantes e alguns deles podem provocar uma reação alérgica. Ou seja, esse paciente pode ter uma reação ao ser exposto ao medicamento, no entanto, a intolerância é de outro componente”, explica a farmacêutica.

É importante destacar também que as manifestações podem atingir além da pele, rins, pulmões, fígado, além da corrente sanguínea e das manifestações sistêmicas. Quando as reações anafiláticas são consideradas situações de emergência que se agravam muito rapidamente. “Nesse caso é preciso buscar ajuda médica imediata para evitar maiores complicações que podem colocar o paciente em risco”, frisa.

As reações anafiláticas podem apresentar sintomas como pulso baixo, convulsões, incontinência urinária, perda de consciência, súbito ataque cerebral  e “choque anafilático”, que pode ser fatal se não tratado rapidamente.

Prevenção

Os principais cuidados com a medicação estão relacionados ao uso correto e orientado pelo médico e pelo farmacêutico. “É muito comum o paciente não saber informar a que medicamento é alérgico, seja na farmácia e principalmente quando chega ao hospital. Muitas vezes o paciente nunca foi hospitalizado e acaba por descobrir a alergia somente no momento do uso do medicamento. Além disso, em algumas ocasiões, quando o paciente estiver impossibilitado, é importante que a família informe o profissional que estiver realizando o atendimento ou o hospital – no caso das internações sobre o uso dos medicamentos contínuos do paciente faz e a que medicamentos não pode ser exposto”, destaca.

É importante ressaltar que a partir do momento que a pessoa desenvolve alergia a um medicamento, permanece alérgico por toda a sua vida e este medicamento precisa ser sempre evitado. “É importante reforçar que a automedicação também é um grande risco, principalmente porque a maioria das recorrências são com medicamentos comuns comercializados sem prescrição médica”, alerta.

Vale lembrar que os tratamentos para as alergias medicamentosas devem ser feitos com orientação médica.

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Sobre o autor

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